Por Luiza Soares
A Clearing House, ou Câmara de Compensação, foi criada pela FIFA para centralizar os pagamentos derivados do sistema de transferências, representando um significativo avanço no sentido dos princípios de governança e integridade que há algum tempo a organização vem buscando implementar na administração do futebol.
Segundo o Regulamento da Câmara de Compensação da FIFA, publicado nesta terça-feira, 8, o projeto, que faz parte de um pacote de alterações nos regulamentos e sistemas da entidade, entrará em vigor no próximo dia 16 de novembro. A partir desta data, os valores devidos a título de Mecanismo de Solidariedade e Training Compensation, assim como, em um segundo momento, os próprios valores das transferências, os chamados transfer fee, serão recolhidos diretamente a esta Câmara e então distribuídos de acordo com os correspondentes contratos e o passaporte do atleta.
Tal medida, portanto, implica em maior transparência a estas operações, que contarão com um mecanismo próprio de distribuição da informação aos envolvidos, além de ter como intuito facilitar, no caso do mecanismo de solidariedade e do training compensation, o recebimento dos valores devidos aos clubes que contam com efetiva participação na formação do atleta, tarefa que até então caberia ao clube adquirente dos direitos.
Outro ponto positivo, é que o próprio funcionamento da Câmara, conforme já mencionado, exigirá, além de mais transparência quanto as transferências e movimentações de mercado, o fortalecimento das relações e a troca de informação entre a FIFA e suas associações-membro, o que acabará se refletindo em toda a cadeia de gestão do futebol, uma vez que todo o histórico e os dados dos clubes e atletas envolvidos deverão ser consistentes e constantemente atualizados de forma acessível dentro do mecanismo para que o sistema atinja seus objetivos.
Assim como as demais mudanças trazidas pelo pacote de reformas do qual a Clearing House faz parte, estamos presenciando novas propostas e um novo momento na administração do futebol mundial, em que valores da boa governança, como a transparência, a prestação de contas responsável e a equidade são indispensáveis.
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